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Para manter apoio às vítimas de violência doméstica, Rosa Del Este, em Caxias, promoverá almoço dia 25 de maio

  • Foto do escritor: Nael Rosa
    Nael Rosa
  • 17 de mai.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 21 de mai.

Foto: Nael Rosa

Janaina, Angela e Homero, fundaram o Del Este e se mantém abraçados à causa a favor das mulheres


Para, ao menos amenizar uma situação que, em um passado recente já ocorreu, e tentar evitar que seus profissionais remunerados, neste momento seis, os demais (11) são voluntários, sendo que todos permitem suporte a quem se socorre no Instituto Rosa Del Este, fiquem novamente no mínimo outros três meses sem salário, entre as possíveis saídas que permitirão ainda pagar as contas básicas como, aluguel, água e luz, a instituição, que não conta com nenhum aporte financeiro público municipal ou estadual, viu como uma das saídas, promover um almoço beneficente no dia 25 de maio, nas dependências do Centro de Tradições Gaúchas, Galpão Prazer Gaúcho.


O valor do ingresso para acesso ao evento e, consequentemente, o consumo de um cardápio atrativo, é de R$ 70,00 para adultos e R$ 35,00 para crianças, tendo estas entre 6 e 12 anos, valores a serem destinados por todos que apoiarem a causa do enfrentamento da violência contra a mulher, foco do Del Este, apreciarem uma feijoada, carreteiro, carne com batata, couve, quirera e outros tantos pratos saborosos.


A assistente social Ângela Prestes, reforça que, comprar um ou mais passaportes para o evento, vai proporcionar não só passar momentos agradáveis junto a amigos e familiares, mas, principalmente, colaborar para a sustentabilidade da Casa que, atualmente, auxilia 80 mulheres vítimas da triste realidade que é apanharem de seus companheiros e que, no Rosa Del Este, buscam superar os tantos traumas e feridas causadas por esse comportamento danoso em qualquer relação, onde o homem se sente proprietário da companheira ao ponto de maltratá-la com frequência, principalmente, fisicamente, deixando na parceira, marcas profundas que podem ficar para sempre no corpo, mas, ainda, na alma.


“Vivemos de emendas parlamentares, peregrinando junto a deputados federais e este ano, neste sentido, ainda nada conseguimos. Além das despesas básicas, necessitamos adquirir os materiais imprescindíveis para a manutenção das oficinas que permitem às vítimas que, nesses quase cinco anos de atuação, já chegaram a no mínimo 400 mulheres, que, não somente em Caxias, mas no Estado, tem somente no Rosa, o único que oferta ajuda no modelo independente e gratuito. Muitas delas só podem contar conosco como referência”, salienta Ângela.


Diante de seu conhecimento, ela, revelou que a motivação principal para, junto com Janaína Menegassi, o presidente Homero Ribeiro, Clara Pozza e Francesca Migliorini, dar início e tornarem o projeto realidade, foi que, muitas das integrantes já foram alvos de relações tóxicas, nocivas e, portanto, também já foram agredidas e, como um dia receberam tal auxílio de outros, opina:


“tínhamos que retribuir, pois é cultural. Há séculos, desde a infância, a mulher é vista como a que procria, cuida dos filhos, da casa, do marido, mas não tem o mesmo direito quando se trata dela. É preciso, por exemplo, entender que, se ambos trabalham, os dois, ao chegarem em casa, tem iguais obrigações, ou seja: por exemplo, levar o filho para receber uma vacina também é tarefa do pai", observa a ativista, que continua: "é o que damos o nome de Violência Transgeracional, algo visto como natural. Resumindo: a reprodução de comportamentos está inserida nesse contexto triste, já que, a filha vive toda a sua infância vendo o pai bater na mãe, bem como, o filho e, quando crescem e têm suas famílias, acham “normal” fazerem o mesmo. Aqui, no Del Este, trabalhamos para quebrar este ciclo”.

 

Ela arremata fazendo um apelo à população da Serra Gaúcha, que, geralmente, só volta seus olhos para a causa que agride mulheres, algo que se agrava numa velocidade preocupante no Brasil, apenas quando há um novo caso em que uma família é destruída toda vez que o homem, geralmente por não aceitar o fim da relação, decidi tirar a vida da sua mulher ou futura esposa.


“Vemos muitas ações da sociedade destinadas a amparar pessoas, inclusive, crianças com deficiência, autistas, adolescentes que precisam de ajuda e outras situações que, infelizmente, existem e que requerem sim, diante da importância e necessidade, do auxílio de quem pode ofertá-lo. Mas e as mulheres agredidas psicológica e fisicamente, desamparadas, com filhos para cuidar, muitas vezes, sem lar ou condições de retornar para este, como ficam?” Indaga a assistente social, na tentativa de sensibilizar para a causa.


No Rosa Del Este, entre tantos outros serviços, às vítimas dos agressores são levadas à resgatar sua autoestima, bem como, entenderem não só os seus direitos, mas também, deveres e, neste sentido, aprenderem a identificar sua responsabilidade para que a situação não chegue ao extremo. Em suma, compreenderem as etapas anteriores que levaram à agressão que, muitas vezes, está até mesmo na forma de tratamento com ela, por parte da figura masculina.


“A retomada do empoderamento, do direito ao respeito, dos espaços delas no lar e na sociedade, de entenderem o que gerou a situação quando esta chega ao extremo, adicionando a tudo isso ainda seus direitos jurídicos, tanto quanto o atendimento psicológico que ofertamos, descobrir como lidar com outros pontos essenciais e que evitam que apanhem, integram nosso trabalho", explica a fundadora e pedagoga Janaína Menegassi do Nascimento.


Na instituição sem fins lucrativos, as mulheres aprendem como fazer o Cadastro Gov, e baixar e manusear os tantos aplicativos existentes e necessários, principalmente, para quem é vulnerável socialmente, entre estes, a Carteira de Trabalho Digital e, por fim,  todas tem acesso as oficinas de informática que compõem os vários serviços que o Rosa oferece.

No almoço a ser realizado dia 25 deste mês, tantos as bebidas à disposição, quanto à venda ea renda destas, serão do CCTG responsável pela exploração da copa. Já os passaportes para consumiri as refeições, podem ser adquiridos através do fone: 54- 30-67-0355, que também é WhatsApp.


Reportagem: Nael Rosa

 
 
 

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